Durante a nossa estadia no Rio de Janeiro, decidimos que queríamos ver a nossa cidade amada bem do alto e nenhum sitio nos atraía mais do que o mítico Morro dos Dois Irmãos. Para fazer o trilho que nos leva ao topo do morro contámos com a preciosa ajuda dos guias da Trilha Dois Irmãos que nos levaram a explorar este local digno de visitado por qualquer amante do Rio de Janeiro
Começámos o dia bem cedo, partimos de Copacabana em direcção ao ponto de encontro, o Hotel Sheraton. Depois de reunirmos todo o grupo começámos a andar em direcção à favela do Vidigal. Ainda no sopé da montanha, tivemos o nosso primeiro choque cultural ao apercebermo-nos da quantidade de polícia que nos rodeava pois estávamos mesmo em frente a uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), cujo principal objectivo é o desmantelamento das redes de tráfico de droga existentes nestas comunidades.
Depois de uma breve explicação sobre a origem da favela, partimos numa carrinha em direcção a ponto inicial do trilho. Ao fazermos este trajecto tivemos a verdadeira noção do local onde estávamos e o receio começou de certa forma a instalar-se.
Assim que chegámos ao ponto de partida começámos a caminhada em direcção ao topo do Morro dos Dois Irmãos, por locais onde jamais passaríamos sem que estivéssemos devidamente acompanhados.
O Trajecto até ao topo do Morro só se faz a pé por estes trilhos e é considerado de média dificuldade, como o fizemos bem cedo conseguimos fugir aos períodos de maior calor, no entanto nunca se esqueçam de levar os bons litros de água, boné e protector solar.
Ainda antes de chegarmos ao topo conseguimos apreciar vistas lindas sobre a Barra da Tijuca, a Pedra da Gávea e sobre a maior e mais famosa das favelas do Brasil, a Rocinha.
Passado uma hora lá estávamos nós no topo do Morro e não cabíamos em nós de tamanha felicidade. Lá bem do alto conseguíamos avistar todo o Rio de Janeiro na sua magnitude.
Aproveitámos os 30 minutos em que lá estivemos em cima para respirar fundo e absorver todas as energias deste novo país pelo qual já há muito estávamos apaixonados.
Chegado o tempo ao fim foi altura de começarmos a descida que desta vez seria feita toda a pé até à base do Vidigal.
Toda a descida foi feita pelo meio da favela e aqui sim, tivemos a verdadeira noção do que viver neste local representava. As condições de vida são degradantes, diria até que desumanas em certos casos. Os cães deambulam magros pelas ruas e o lixo acumula-se em cada cada canto. O emaranhado de fios sobrevoa sobre nós. Nota-se que é um lugar esquecido pelas autoridades e que a manutenção que deveria ser feita é deixada à mercê dos habitantes, que na maioria dos casos não tem condições económicas para a fazer.
No entanto nem tudo na favela é mau. As pessoas são afáveis e sorridentes e sempre dispostas a ajudar o próximo. No meio da desorganização urbana nota-se uma clara organização da comunidade onde cada um tem o seu lugar.
Descer a favela enquanto transportávamos connosco alguns valores foi uma grande aventura e estaria a mentir de vos dissesse que não senti medo. Senti e não foi pouco. No entanto sabia que estávamos relativamente seguros na companhia dos nossos guias de viagem.
Depois de chegarmos ao fim e de termos vivido um completo choque cultural tivemos direito a um delicioso almoço na casa da irmã da nossa guia Ana que vos garanto ter sido um dos melhores por terras Brasileiras.
Caso estejam a pensar visitar o Brasil já sabem onde encontrar os melhores e mais baratos voos. O site da momondo tem tudo o que precisam.
Ivan
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