Iniciámos há dez dias uma viagem, com a duração de um mês, pelo Brasil. Na bagagem já contamos com muitas viagens de avião, autocarro, carrinha e até de jipe todo o terreno! Está a ser uma viagem incrível e este exercício de ter que começar a escrever sobre ela revela-se extremamente complexo. Estamos em fase de absorção completa, de isolamento e de uma necessidade incrível de querer aproveitar todos os segundos, para que nada nos passe despercebido.


Aterrámos no Rio de Janeiro, em fase de preparação para os Jogos Olímpicos e logo percebemos que a cidade estava ao rubro com o evento. Não referir as olimpíadas neste momento torna-se difícil uma vez que é um evento massivo e que, inevitavelmente, altera a rotina da cidade. Os cariocas dizem frequentemente “a cidade está de loucos”, “o trânsito está um saco”, mas acompanham fervorosamente a equipa do seu país.
Vir ao Rio de Janeiro nesta altura, foi pura coincidência. Mas não podemos ficar indiferentes à vida e à energia que a cidade tem nesta altura. A cidade recuperou lugares degradados para receber o evento, ainda que os brasileiros se revelem receosos com o rumo que as infraestruturas vão levar após o acontecimento mundial e mais até, claro, com a situação económica do país.



Nos dias em que a tocha olímpica percorreu as ruas cidade, havia um medo no ar relativamente aos possíveis protestos dos cidadãos que se assumem contra as olimpíadas, sob pena de estragar as comemorações. Por outro lado, eram muitos os que nos diziam “já que vai acontecer, pelo menos que corra bem”.


Este não é de todo o post que vos vai contar o quão apaixonados estamos pela cidade maravilhosa – até porque ainda nem consigo traduzir em palavras- mas sim o que vos vai mostrar um cheirinho do ambiente da cidade neste momento.



Ao longo das praias de Copacabana e Ipanema há uma longa estrutura montada com bancadas para as provas de ciclismo e ao longo de todo o areal vemos infraestruturas montadas para o voleibol e ainda a megastore onde se encontra todo o tipo de merchandising (roupa, mascotes, havaianas, mochilas, entre outros) do evento, a preços exorbitantes. Na lagoa Rodrigo de Freitas vemos as partidas de remo e vela.


No Centro da cidade, foi criado o Boulevard Olímpico, numa extensa área que foi totalmente requalificada para receber os Jogos Olímpicos, onde podemos ver as empresas patrocinadoras com atividades radicais, de entretenimento, armazéns com exposições abertos ao público, palcos que recebem inúmeros cantores e animam a avenida durante todo o dia.


Para nós portugueses que passeamos por aqui, há um detalhe que nos orgulha e que conseguimos avistar em toda a sua grandiosidade: o navio escola Sagres, que serviu de casa de Portugal durante as olimpíadas. É inevitavelmente alvo de muitos elogios e as filas para o visitar são gigantes.


Quando viajamos pela cidade, conseguimos ter uma noção mais real das infraestruturas criadas para o evento e que estão espalhadas em vários polos do Rio de Janeiro.

Acompanhámos a lindíssima cerimónia de abertura pela televisão, uma vez que não ia ser transmitida nos écrans gigantes de Copacabana (zona onde estamos alojados), e foi muito bom fazer parte de toda aquela emoção que se sentia no ar.


No dia seguinte, nas ruas, eram muitos os brasileiros com bandeiras e t-shirts como se o orgulho pelo país tivesse sido recuperado juntamente com a ida ao guarda roupa. Respirava-se orgulho pelas ruas, o verde e amarelo era comum a todos. Nesse dia estiveram 35 graus, domingo, ruas cheias e eu ria-me quando ouvia “ainda bem que é inverno”.
Até à próxima,
Joana

(*Este post foi escrito no aeroporto Santos Dummont, no dia 10 de Agosto de 2016.)


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